terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como decidir entre álcool e gasolina

Se você tem o hábito de abastecer seu carro com álcool, deve ter notado que o produto tem subido bastante de preço nos últimos meses.
Há pouco tempo, comprava-se um litro de álcool na cidade de São Paulo por um real.
Hoje, há postos vendendo o combustível na cidade até por R$ 1,65.

As altas podem acabar se espalhando pelo país.
Há duas explicações: de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o excesso de chuva no mês de setembro prejudicou os produtores de cana-de-açúcar na região Centro-Oeste, o que deve fazer a oferta de álcool diminuir, aumentando o preço do combustível.
A segunda explicação (e essa é a mais óbvia) tem relação com o mercado de açúcar e o período de quebra de safra na Índia.
Com a demanda internacional por esse outro derivado da cana em alta, o preço do açúcar subiu e muitos produtores preferiram exportar a commodity do que produzir etanol.
Analistas têm afirmado que o preço do combustível deve subir mais 10% nos próximos seis meses.

E quanto mais o preço do álcool se aproxima do da gasolina, cresce o número de brasileiros que tem que lidar diariamente com a dúvida: qual deles usar?

O Brasil tem cerca de 7 milhões de automóveis flex, que podem usar os dois tipos de combustível, e de acordo com projeções feitas pela Unica no primeiro semestre, o número deve chegar a 50% da frota nacional até 2010.
Como saber quando vale a pena usar cada tipo de combustível?

É preciso tomar cuidado, pois, apesar de mais barato, a autonomia do veículo com o álcool é, em média, 30% menor.
Assim, para ser vantajosa a sua utilização, o preço do litro também precisa ser 30% menor.

O cálculo é simples:
Subtraia o valor do álcool do valor da gasolina.
Multiplique o resultado por 100 e divida pelo preço da gasolina.
Se o resultado for maior do que 30, ainda vale a pena escolher o álcool.

Segundo cálculos, não é vantajoso utilizar o álcool em seis Estados, todos no Norte e no Nordeste: Acre, Amapá, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.
O estado com a maior diferença de preços entre álcool e gasolina é São Paulo, 45,8%.
Para os paulistas, o litro de álcool custava até setembro em média R$ 1,32, 62% a menos do que a quantia de R$ 2,15 paga em Roraima, o álcool mais caro do Brasil.

Mas mesmo no Estado de São Paulo as coisas podem piorar nos próximos meses.
O preço cobrado pelo etanol no Estado acumula alta de 10% nos últimos três meses.
Só no mês de setembro o aumento foi de 3,5%.

Na cidade de São Paulo o cenário parece ainda pior.
De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o combustível subiu 5,22% no mês de setembro.
Se considerarmos o preço atual, pior, pois a média do preço do litro do álcool hoje, 13 de outubro, está em R$ 1,55. Mesmo assim, vale a pena optar pelo álcool. Pelo menos, por enquanto...

Extraído do site da Revista Época (http://revistaepoca.globo.com)

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